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Comunicação em Anfíbios Anuros (Sapos, Rãs e Pererecas)

Perereca Dendropsophus nanus vocalizando. Fotografia: Fabrício Hiroiuki Oda.
Perereca Dendropsophus nanus vocalizando. Fotografia: Fabrício Hiroiuki Oda.
Você já ouviu um sapo coaxar?
 
O coaxo dos anfíbios anuros, em termos científicos, é chamado de vocalização. Na grande maioria das vezes, é o macho quem vocaliza e esta é uma forma de defender territórios e atrair fêmeas e, principalmente quanto à primeira, é também uma forma de economizar energia.
 
Como é sabido, os anfíbios são ditos animais de sangue frio, o que significa em termos mais simples que a temperatura corporal deles depende do ambiente no qual estão. Este é, inclusive, um dos fatores que contribuem para que estes animais cantem, na maioria das vezes, após o pôr-do-sol, quando a temperatura está mais amena e a umidade aumenta.
 
Como forma de evitar gastos excessivos de energia em, por exemplo, combate com outros machos por territórios ou fêmeas, o indivíduo vocaliza. A vocalização dá “dicas” para outro macho quanto ao seu tamanho e, ligado à isso, à sua força e, possivelmente à idade. Isso significa que este superou muitas das adversidades do ambiente e conseguiu sobreviver até então - o que significa, também, que este é um oponente forte e que em um combate físico, possivelmente, será o vencedor.
 
Assim sendo, uma disputa vocal gasta menos energia do que uma disputa física e um indivíduo menos capaz pode, simplesmente, ceder e buscar outro território (ou fêmea).
 
Em relação à atração de fêmeas, a vocalização dá as mesmas “dicas”: fornecem informações acerca de suas condições físicas, indicando à possível parceira que poderá ser um bom reprodutor (ou não), fornecendo filhotes mais fortes e saudáveis. Uma vez que uma fêmea só pode ter seus gametas fecundados por um único macho, esta procurará o macho mais apto para ser o pai de seus futuros filhotes – e a vocalização permite com que ela o encontre mais facilmente.
 
Portanto, quando ouvir um anuro cantar, lembre-se que não se trata de uma simples algazarra sonora e sim uma grande estratégia ecológica!

Por Mariana Araguaia
Graduada em Biologia
Publicado por Mariana Araguaia de Castro Sá Lima

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