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Samba

O samba é um gênero musical que surgiu no Brasil, no começo do século XX, e é reconhecido nacional e internacionalmente como um dos símbolos do país. Essa expressão cultural é considerada patrimônio cultural imaterial brasileiro e surgiu nas comunidades de afro-brasileiros em alguns bairros do Rio de Janeiro.

Acesse também: Como surgiu o Carnaval?

Samba, patrimônio cultural do Brasil

Quando falamos de samba, estamos falando de uma expressão cultural típica do Brasil que é conhecida como um gênero musical e como uma dança praticada ao som de canções do gênero. Esse gênero surgiu nas comunidades de afro-brasileiros que moravam no Rio de Janeiro no começo do século XX.

O pandeiro é um dos instrumentos mais importantes na composição de um samba.
O pandeiro é um dos instrumentos mais importantes na composição de um samba.

Atualmente, o samba (tanto o gênero musical como a dança) são elementos muito tradicionais da cultura popular brasileira e é um dos grandes símbolos culturais de nosso país no exterior. Ele é tradicionalmente relacionado com o Carnaval brasileiro, sobretudo com os desfiles das escolas de samba, que acontecem, principalmente, em São Paulo e Rio de Janeiro.

A popularização do samba aconteceu a partir da década de 1930 e, antes disso, como veremos, o gênero era visto com muito preconceito pela sociedade. Depois que se tornou popular, outros subgêneros surgiram, como o samba-canção, o samba-enredo, a bossa nova, o pagode, o samba-de-breque, entre outros.

A importância do samba na cultura brasileira é tamanha que, além de fazer parte da cultura e identidade do brasileiro, é reconhecido como patrimônio cultural imaterial do Brasil. Além disso, existe uma data comemorativa que foi criada na década de 1960 e que se popularizou como o Dia Nacional do Samba. Essa data é celebrada no dia 2 de dezembro.

Uma composição de samba utiliza, principalmente, instrumentos de percussão, como o pandeiro, o surdo, o tamborim, o ganzá e o agogô, e instrumentos de corda, como o cavaquinho e o violão. A cuíca, um instrumento de que se obtém som pela fricção de uma haste, também é importantíssima para esse gênero.

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Quando falamos de samba, imediatamente nos remetemos ao Carnaval e aos desfiles das escolas de samba. Veremos como ambos contribuíram para que o samba se tornasse cada vez mais popular. A ligação do samba com o Carnaval deu origem ao samba-enredo, o subgênero que é utilizado para puxar os desfiles que as escolas de samba realizam.

Acesse também: A prática carnavalesca do entrudo

Como surgiu o samba?

O samba surgiu no começo do século XX e é uma influência da cultura africana em nosso país. Tem uma ligação com as rodas de dança que os negros escravizados realizavam nos seus poucos momentos livres. Essas rodas de dança, geralmente, eram puxadas por um ritmo musical obtido por meio dos batuques. Uma das danças mais praticadas era o lundu, que, acredita-se, foi introduzida aqui por africanos trazidos da Angola.

Uma das variantes dessas rodas de dança era o samba de roda, um estilo musical que reunia africanos escravizados para praticar danças e capoeira. Esse estilo musical surgiu na Bahia, em meados do século XIX, e foi um dos precursores do samba tradicional (conhecido como samba urbano carioca). O samba de roda também tem uma ligação direta com as práticas rituais de culto aos orixás.

As práticas do samba de roda foram levadas ao Rio de Janeiro ao final do século XIX e começo do século XX. A abolição do trabalho escravo, anunciada em 1888, possibilitou que milhares de africanos e seus descendentes escravizados conquistassem sua liberdade. A nova condição e a falta de perspectivas fizeram com que muitos deles se mudassem para a capital do Brasil: a cidade do Rio de Janeiro.

Por isso que, no começo do século XX, o Rio de Janeiro tinha uma grande população negra. Nessa cidade, muitos dos afro-brasileiros, libertos ou filhos deles, reuniram-se em bairros como Saúde, Gamboa, Cidade Nova e Estácio. Nesses locais, a figura das tias baianas se tornou extremamente importante para as comunidades de negros.

Nas primeiras décadas do século XX, as festividades realizadas pelos negros, como as rodas de capoeira e de samba, eram proibidas pelas autoridades, que encaravam com temor as manifestações culturais dos afro-brasileiros. Era uma manifestação aberta de racismo da sociedade brasileira no começo desse século.

Assim, as tias baianas que se mudaram para o Rio de Janeiro foram as responsáveis por criar espaços onde os negros poderiam se reunir para realizar as suas festividades e seus rituais religiosos sem que fossem incomodados e reprimidos pela polícia. Esses eram os terreiros, locais que se estabeleceram como ponto de encontro comunitário, local de festividade e de culto aos orixás.

O surgimento das escolas na década de 1920 contribuiu para a popularização do samba.[1]
O surgimento das escolas na década de 1920 contribuiu para a popularização do samba.[1]

Nos terreiros localizados nos bairros onde os negros residiam, surgiu o samba urbano carioca, a forma mais tradicional do samba no Brasil. Os historiadores estabeleceram que o marco da história do samba no Brasil foi a composição de Pelo Telefone”, canção que surgiu em encontros de sambistas como Donga e Mauro de Almeida no ano de 1916.

Os ritmos de origem afro-brasileira já estavam sendo popularizados no Rio de Janeiro desde o final do século XIX. O samba, por sua vez, começou a conquistar cada vez mais espaço com o surgimento das escolas de samba, o que aconteceu na década de 1920. Os desfiles realizados por essas agremiações ampliou a aceitação do samba pela sociedade carioca.

Leia mais: Mangue Beat, movimento de contracultura que surgiu em Recife

Popularização do samba

A utilização do samba nos desfiles promovidos pelas escolas de samba ajudou na difusão desse gênero pelo Rio de Janeiro e ampliou sua aceitação. Esse foi um dos fatores que contribuíram para a popularização desse gênero musical no Brasil. Outro fator foi a utilização do rádio como principal meio de comunicação em nosso país.

Na década de 1930, o samba conquistou espaço na indústria fonográfica brasileira e passou a ser reproduzido nas rádios, sendo enxergado cada vez mais como opção de lazer pela população. A popularização do samba e o espaço que esse gênero ganhou nas rádios também foram explorados por Getúlio Vargas para promover a construção da identidade e nacionalidade do brasileiro naquela década.

Assim, a repressão ao samba perdeu força, e essa manifestação cultural começou a ser exaltada a ponto de ser exportada como parte da cultura brasileira. No entanto, a popularização do samba na década de 1930 contou com iniciativas de “desafricanização” do gênero, isto é, ele passou a ser apresentado por muitos como uma manifestação da miscigenação do Brasil, mas as influências africanas eram diminuídas.

Sambistas famosos

Como sabemos, o samba é um dos gêneros musicais mais influentes do Brasil e é conhecidíssimo no exterior. Na década de 1930, com a popularização do samba, alguns nomes se destacaram, mas, com a modernização e evolução do gênero, dezenas de outros sambistas conseguiram consolidar carreiras de destaque. Alguns desses nomes são:

  • Dorival Caymmi

  • Noel Rosa

  • Ataulfo Alves

  • Cartola

  • Carmen Miranda

  • Beth Carvalho

  • Zeca Pagodinho

  • Jorge Aragão

Créditos da imagem

[1] Celso Pupo e Shutterstock

Publicado por Daniel Neves Silva

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