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Controle biológico do mosquito-da-dengue

O controle biológico do mosquito-da-dengue é uma nova arma de combate à doença. Nessa técnica, mosquitos modificados são soltos para transmitirem um gene letal.
O controle do  mosquito-da-dengue com inseticidas é uma das armas disponíveis contra a doença
O controle do mosquito-da-dengue com inseticidas é uma das armas disponíveis contra a doença

A dengue é responsável por um grande número de mortes todos os anos no nosso país. Causada por um vírus e transmitida por um mosquito chamado Aedes aegypti, a doença é caracterizada, em sua forma clássica, por febre alta, dores no corpo, dor na cabeça e manchas na pele. Ela não possui um tratamento específico, sendo indicados apenas repouso, ingestão de líquidos e controle da febre.

Para a prevenção da dengue, recomenda-se que os focos do mosquito sejam reduzidos através da eliminação de água parada, limpeza de calhas e lajes, além de manter caixas d'água e cisternas tampadas. Além da redução dos locais de reprodução do Aedes aegypti, é feito também o controle químico do mosquito com a eliminação das larvas e uso de “fumacê” (inseticida) para eliminar a forma adulta.

Apesar dos esforços no combate a essa doença, muitos casos são registrados todos os anos, como já apontado. Por essa razão, diversas pesquisas tentam procurar métodos mais efetivos de prevenção. Dentre esses estudos, destacou-se o método de controle biológico do  mosquito-da-dengue (Aedes aegypti).

O projeto conhecido por Projeto Aedes Transgênico (PAT), uma parceria entre a Moscamed e a USP (Universidade de São Paulo), estudou a liberação de mosquitos modificados geneticamente e seu impacto no ambiente. Foram liberados mosquitos machos transgênicos em municípios da Bahia para que eles se reproduzissem com as fêmeas.

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O Aedes aegypti transgênico, diferentemente dos encontrados na natureza, possui um gene que é transmitido aos seus descendentes que os impede de chegar à fase adulta. Com isso, ocorre uma diminuição no número desses insetos na natureza. Vale destacar que apenas a fêmea do mosquito é capaz de picar e transmitir a doença.

Os resultados do projeto foram muito satisfatórios, chegando a uma diminuição em média de 80% do número de mosquitos nas regiões estudadas. Isso mostra que o controle biológico pode ser uma grande alternativa para a diminuição dos casos de dengue no país.

Em julho de 2014 foi inaugurada, em Campinas (SP), a primeira fábrica produtora de Aedes aegypti transgênicos no nosso país. Entretanto, a fábrica ainda não está liberada para comercializar os mosquitos, que podem apenas ser usados para estudos em campo, como os já realizados no interior da Bahia.

Espera-se que, com o uso dessa nova arma biológica, haja diminuição das mortes por essa doença no país. Enquanto isso não acontece, continue fazendo sua parte na luta contra a dengue.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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