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Sujeito

Sujeito é o termo essencial da oração sobre o qual se diz alguma coisa. Ele pode ser determinado, indeterminado ou mesmo inexistente na oração.
Mesa com quadro negro em cima escrito sujeito, ao lado dois livros, alguns lápis e uma maçã.
O sujeito é um termo muito importante da oração, porém é possível encontrarmos orações sem sujeito.

O sujeito é um dos termos essenciais da oração e, normalmente, está localizado antes do predicado. Para identificar o sujeito, é necessário buscar o termo sobre o qual se diz alguma coisa, verificar se ele pode ser substituído por um pronome pessoal do caso reto e se ele concorda com o verbo. Esse termo pode praticar ou sofrer a ação expressa na oração. Entretanto, existem também orações sem sujeito.

Portanto, o sujeito é classificado em:

  • determinado
  • simples
  • composto
  • implicito
  • indeterminado
  • inexistente

Leia também: Aposto e vocativo – quais as funções de cada um?

Como identificar o sujeito?

Sobre o sujeito é possível afirmar:

  • É o termo da oração sobre o qual se declara alguma coisa.|1|

  • Pode ser substituído por pronome pessoal do caso reto.

  • Concorda com o verbo.

Vamos analisar a seguinte frase:

Glauber Rocha é o cineasta brasileiro mais famoso.

Para identificar o sujeito, devemos fazer o seguinte:

  1. Determinar o termo sobre o qual se declara alguma coisa. Para isso, é preciso identificar a declaração, que, no caso, é: “é o cineasta brasileiro mais famoso”.

  2. Fazer a pergunta: Quem é o cineasta brasileiro mais famoso? A resposta é o sujeito: Glauber Rocha.

  3. Verificar se o sujeito “Glauber Rocha” pode ser substituído por um pronome pessoal do caso reto. Assim: Ele é o cineasta mais famoso.

  4. Conferir se o sujeito concorda com o verbo “é”, flexionado na terceira pessoa do singular, ou seja, “ele”, pronome que, nesse exemplo, pode substituir o sujeito.

Depois dessa análise, podemos afirmar, com toda a certeza, que o sujeito dessa oração é: Glauber Rocha.

Além disso, todo sujeito possui um núcleo, que é a palavra central, aquela que é indispensável e, portanto, mais importante na constituição do sujeito da oração. Por exemplo:

Esta sala de cinema tem capacidade para mais de 100 pessoas.

Assim, temos:

  • Sujeito: Esta sala de cinema.
  • Núcleo do sujeito: sala.

Atenção! Pode haver mais de um núcleo. Por exemplo:

O bilheteiro e a projecionista do cinema recusaram-se a trabalhar.

Nessa frase, temos:

  • Sujeito: O bilheteiro e a projecionista do cinema.
  • Núcleo do sujeito: bilheteiro, projecionista.

Tipos de sujeito

Os sujeitos podem ser determinados ou indeterminados.
Os sujeitos podem ser determinados ou indeterminados.
  • Sujeito simples

Apresenta um único núcleo e pode ser determinado facilmente.

O filme brasileiro Tatuagem foi premiado no Festival de Gramado.

  • Pergunta: O que foi premiado no Festival de Gramado?
  • Resposta (ou sujeito simples): O filme brasileiro Tatuagem.

Atenção! Além dos substantivos comuns e próprios, os pronomes indefinidos também podem exercer a função de sujeito na oração:

Ninguém sabia o que fazer naquela situação.

Pergunta: Quem (não) sabia o que fazer naquela situação?

Resposta (ou sujeito simples): Ninguém.

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  • Sujeito composto

Apresenta dois ou mais núcleos facilmente determináveis.

A pintura e a fotografia podem eternizar um momento.

Pergunta: O que pode eternizar um momento?

Resposta (ou sujeito composto): A pintura e a fotografia.

  • Sujeito implícito, elíptico, desinencial ou oculto

É identificado pela desinência do verbo.

Comprei uma tela falsificada de Gustave Courbet.

Pergunta: Quem comprou uma tela falsificada de Gustave Courbet?

Resposta (ou sujeito implícito): Eu.

  • Sujeito indeterminado

Não pode ser identificado.

Casos de sujeito indeterminado:

Verbo flexionado na terceira pessoa do plural, sem referência a nenhum sujeito expresso anteriormente:

Falavam mal do meu vizinho.

Pergunta: Quem falava mal do meu vizinho?

Resposta: Não é possível determinar.

→ Verbos intransitivos, transitivos indiretos ou verbos de ligação flexionados na terceira pessoa do singular, acompanhados da partícula “se”:

Chegou-se a cogitar a ideia.

Pergunta: Quem cogitou a ideia?

Resposta: Não é possível determinar.

Precisa-se de roteirista.

Pergunta: Quem precisa de roteirista?

Resposta: Não é possível determinar.

Fica-se bem em Curitiba.

Pergunta: Quem fica bem em Curitiba?

Resposta: Não é possível determinar.

Atenção! No caso de verbo transitivo direto flexionado na terceira pessoa do singular e acompanhado da palavra “se”, o sujeito é determinado:

Compra-se ouro.

Pergunta: O que é comprado?

Resposta (ou sujeito simples): Ouro.

Leia mais: Vozes verbais – relação de sentido estabelecida entre o sujeito e o predicado

Oração sem sujeito ou sujeito inexistente

Oração com verbo que indica fenômeno da natureza não tem sujeito.
Oração com verbo que indica fenômeno da natureza não tem sujeito.

Oração com verbo que indica fenômeno da natureza não tem sujeito.

Os casos em que o sujeito é inexistente são:

→ Verbos que indicam fenômenos da natureza:

Choveu muito na quinta-feira.

→ Verbo “haver” no sentido de existir ou indicador de tempo decorrido:

Há 10 anos que tento viajar para a Suécia.
Havia duas camisas neste guarda-roupa.

Atenção! O uso coloquial do verbo “ter”, com o sentido de “existir”, segue a mesma regra do verbo “haver”, ou seja, é conjugado na terceira pessoa do singular:

Tinha muitas pessoas na loja.

→ Verbo “fazer”, indicador de tempo cronológico ou temperatura:

Faz três anos que me formei.

Faz muito calor naquele teatro.

→ Verbo “ir”, indicador de tempo cronológico:

vão cinco anos que não vejo o meu pai.

→ Verbo “estar”, indicador de temperatura:

Estava muito frio no parque municipal.

→ Os verbos “bastar” e “chegar”, no sentido de ser suficiente:

Chega de história, faça a sua tarefa.
Basta de mentiras, você não me engana mais.

 

Acesse também: Esta ou está?

Posição do sujeito na oração

A posição mais comum do sujeito, em uma oração, é antes do predicado:

Jesse Owens participou das Olimpíadas de 1936.

Sujeito: Jesse Owens.

Predicado: participou das Olimpíadas de 1936.

No entanto, essa posição não é obrigatória. Assim, o sujeito pode vir anteposto ao verbo, como no exemplo anterior, mas também pode vir posposto ao verbo:

Participou Jesse Owens das Olimpíadas de 1936.

Sujeito e predicado

O predicado pode depender ou não da existência de um sujeito. Assim, ele pode ser aquilo que se declara sobre o sujeito:

O verão brasileiro é inclemente.

Sujeito: O verão brasileiro.

Predicado (declaração): é inclemente.

No entanto, uma oração, mesmo sem sujeito, é um predicado:

Havia muitos pássaros no céu.

Sujeito: inexistente.

Predicado (declaração): Havia muitos pássaros no céu.

Exercícios resolvidos sobre sujeito

Questão 01 (Enem) - Gripado, penso entre espirros em como a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas. Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe que disseminou pela Europa, além do vírus propriamente dito, dois vocábulos virais: o italiano influenza e o francês grippe. O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava “influência dos astros sobre os homens”. O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper, isto é, “agarrar”. Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.

RODRIGUES, S. Sobre palavras. Veja, São Paulo, 30 nov. 2011.

Para entender o trecho como uma unidade de sentido, é preciso que o leitor reconheça a ligação entre seus elementos. Nesse texto, a coesão é construída predominantemente pela retomada de um termo por outro e pelo uso da elipse. O fragmento do texto em que há coesão por elipse do sujeito é:

a) “[...] a palavra gripe nos chegou após uma série de contágios entre línguas.”

b) “Partiu da Itália em 1743 a epidemia de gripe [...].”

c) “O primeiro era um termo derivado do latim medieval influentia, que significava ‘influência dos astros sobre os homens’.”

d) “O segundo era apenas a forma nominal do verbo gripper [...].”

e) “Supõe-se que fizesse referência ao modo violento como o vírus se apossa do organismo infectado.”

Resolução:

Alternativa “e”.

Em “Supõe-se que fizesse [...]”, é perceptível que o sujeito “ele” (em referência ao segundo vocábulo, isto é, grippe) está elíptico, oculto, antes do verbo “fizesse”.

Questão 02 (USP) - Leia o trecho extraído de uma notícia veiculada na internet:

“O carro furou o pneu e bateu no meio-fio, então eles foram obrigados a parar. O refém conseguiu acionar a população, que depois pegou dois dos três indivíduos e tentaram linchar eles. O outro conseguiu fugir, mas foi preso momentos depois por uma viatura do 5o BPM”, afirmou o major.

Disponível em https://www.gp1.com.br/.

No português do Brasil, a função sintática do sujeito não possui, necessariamente, uma natureza de agente, ainda que o verbo esteja na voz ativa, tal como encontrado em:

a) “O carro furou o pneu”

b) “e bateu no meio-fio”

c) “O refém conseguiu acionar a população”

d) “tentaram linchar eles”

e) “afirmou o major”

Resolução:

Alternativa “a”.

Em “O carro furou o pneu”, é possível identificar o sujeito simples “O carro”. Nesse caso, o carro sofre a ação de ter o pneu furado, pois não é o carro que pratica a ação de furar o próprio pneu.

Questão 03 - Analise as orações seguintes e marque a alternativa em que se pode identificar uma oração sem sujeito.

a) Condenaram uma pessoa inocente à prisão.

b) Na fazenda de Pedro, havia uma onça de estimação.

c) Cães e gatos podem viver em harmonia.

d) A dona da empresa tomou decisões equivocadas.

e) O dia das crianças não acaba nunca!

Resolução:

Alternativa “b”.

Em “[...], havia uma onça de estimação”, é possível identificar o verbo “haver” no sentido de existir. Nesse caso, o sujeito é inexistente.

Nota

|1| Para Luiz Antonio Sacconi, o sujeito é “o ser ou aquilo a que se atribui a ideia contida no predicado”. Segundo ele, essa definição é melhor, pois abrange também orações interrogativas, imperativas e optativas.  

Publicado por Warley Souza
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