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Coluna Prestes

A Coluna Prestes foi um movimento liderado por Luís Carlos Prestes que percorreu o interior do Brasil entre 1925 e 1927 denunciando os desmandos das oligarquias.
Integrantes da Coluna Prestes [1]
Integrantes da Coluna Prestes [1]

A Coluna Prestes foi um movimento liderado por Luís Carlos Prestes. A ação contou com a participação dos jovens oficiais do Exército que fizeram parte do movimento tenentista e atuaram nas revoltas militares de 1922 e 1924. A coluna percorreu mais de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil, denunciando os desmandos dos oligarcas que dominavam a república brasileira. Em 1927, os integrantes da coluna depuseram as armas, e Prestes se exilou na Bolívia.

Leia também: Primeira República — a primeira fase da república brasileira

Resumo sobre a Coluna Prestes

  • A Coluna Prestes foi um movimento liderado por Luís Carlos Prestes entre os anos de 1925 e 1927 que percorreu o interior do Brasil denunciando os desmandos do governo republicano.

  • Os integrantes da coluna eram jovens oficiais que participaram das revoltas militares de 1922 e 1924.

  • A Coluna Prestes percorreu mais de 25 mil quilômetros, passando pelas regiões Centro-Oeste, Norte e Nordeste.

  • Em 1927, os participantes da coluna entregaram as armas, e Prestes se exilou na Bolívia.

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O que foi a Coluna Prestes?

A Coluna Prestes foi um movimento liderado por Luís Carlos Prestes. A ação percorreu o interior do Brasil entre 1925 e 1927 denunciando os desmandos do governo de Artur Bernardes e propondo reformas sociais e políticas. Ao longo dos mais de 25 mil quilômetros percorridos, a coluna enfrentou ameaças por parte de coronéis, mas também encontrou apoio de populares que apoiavam suas causas.

Objetivos da Coluna Prestes

Os objetivos da Coluna Prestes eram:

- Deposição de Artur Bernardes da presidência da república;

- Voto secreto;

- Reforma do ensino;

- Obrigatoriedade do ensino primário;

- Moralização da política.

Leia também: Revolta da Chibata — a revolta organizada por marinheiros atracados na Baía de Guanabara

Origem da Coluna Prestes

Desde 1922, os militares, em especial os jovens oficiais do Exército, estavam insatisfeitos com os governos civis da Primeira República. A situação se tornou crítica durante a campanha presidencial daquele ano. Artur Bernardes foi o candidato apoiado pelas oligarquias paulista e mineira contra Nilo Peçanha, que recebeu o apoio do Rio Grande do Sul, Bahia, Pernambuco e Rio de Janeiro.

Durante a campanha, o jornal Correio da Manhã publicou algumas cartas que teriam sido escritas por Bernardes em que fez severas críticas aos militares e ao Marechal Hermes da Fonseca, a quem chamou de “sargentão sem compostura”. Mesmo com a comprovação de que as cartas eram falsas, o atrito entre governo e militares não se aquietou. Artur Bernardes foi eleito presidente da república, resultado que gerou ainda mais insatisfação militar. Em meados de 1922, Hermes da Fonseca foi preso por causa de suas críticas ao governo.

Os militares mais fervorosos na luta contra a regência eram os jovens oficiais, os tenentes. Surgia o Movimento Tenentista, que, a partir de 1922, iniciou uma série de revoltas contra o governo. No Rio de Janeiro, no dia 5 de julho, os tenentistas organizaram a Revolta dos 18 do Forte de Copacabana. O termo se refere aos integrantes da revolta que saíram pela Praia de Copacabana para derrubar o governo de Artur Bernardes.

As tropas governistas foram enviadas para debelar o movimento, e houve confronto. Alguns integrantes foram mortos e outros, gravemente feridos. Desse movimento surgia personalidades que teriam influência na política brasileira nos anos seguintes, como Eduardo Gomes e Juarez Távora.

Dois anos depois, chegou a vez dos tenentistas paulistas se rebelarem. No dia 5 de julho de 1924, começava a Revolta Paulista. São Paulo foi bombardeada pelos rebeldes que tentaram tomar o poder e, em seguida, pelos aviões enviados pelo governo federal para derrotá-los. Os tenentistas abandonaram a capital paulista e seguiram para o Sul do Brasil no intuito de ampliar a revolta contra a regência para outros estados.

A Coluna Prestes teve início logo após o desfecho da Revolta Paulista de 1924. Os rebeldes foram derrotados pelas tropas governistas e saíram de São Paulo em direção ao Sul do Brasil para preparar mais uma revolta. A coluna surgiu ao integrar os tenentistas vindos de São Paulo e os que já estavam no Rio Grande do Sul. Luís Carlos Prestes, Juarez Távora, Miguel Costa e Isidoro Dias Lopes foram os principais líderes do movimento.

Trajetória da Coluna Prestes

Na década de 1920, o interior do Brasil ainda era desconhecido pela maioria dos brasileiros que habitavam o litoral. A capital federal era o Rio de Janeiro e estava distante das outras regiões, dominadas por coronéis que exerciam com ameaças e violência o seu poder. Os tenentistas foram derrotados nas duas principais cidades do Brasil, na capital federal e em São Paulo. Os líderes da Coluna Prestes decidiram unir as forças tenentistas para levar a luta contra as oligarquias para outros estados, tornando suas pautas conhecidas nacionalmente. Isidoro Dias Lopes foi enviado para a Argentina no intuito de trazer apoio do país vizinho.

A Coluna começou a marchar pelo interior do Brasil em 25 de abril de 1925. Por dois anos, seus membros atravessaram mais de 25 mil quilômetros, passando pelos estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Maranhão, Ceará, Piauí, Bahia, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Paraíba e Minas Gerais. Por onde chegavam, a Coluna Prestes era recebida de formas diferentes: com frieza, com medo ou com alegria, pois eram vistos por muitos como heróis.

 Mapa do Brasil que mostra a trajetória percorrida pela Coluna Prestes. [2]
Mapa do Brasil que mostra a trajetória percorrida pela Coluna Prestes. [2]

Fim e consequências da Coluna Prestes

Ao atravessar os locais mais distantes do Brasil, os integrantes da Coluna esperavam receber o apoio da população para as causas defendidas por eles. Porém, isso não aconteceu. Os mais de dois anos de marcha fizeram com que seus membros abandonassem a Coluna, alegando desgastes e também por causa do fim do governo Artur Bernardes.

Em fevereiro de 1927, os integrantes depuseram suas armas e partiram para o exílio, na Bolívia. Luís Carlos Prestes reforçou sua liderança nacional e, logo após o fim da Coluna, foi chamado de “cavaleiro da esperança”. Em seu exílio, ele teve contato com o pensamento comunista e, ao voltar para o Brasil em 1930, se tornaria o principal nome do comunismo em solo brasileiro.

Leia também: Intentona Comunista — o levante organizado por Prestes para tirar Vargas do poder

Exercícios resolvidos sobre Coluna Prestes

Questão 1

A Coluna Prestes foi um dos maiores movimentos de oposição ao governo que surgiu durante a Primeira República. Os membros da Coluna Prestes atuaram entre 1925 e 1927 e caminharam mais de 25 mil quilômetros pelo interior do Brasil. O nome desse grupo faz menção:

a) a um importante político de São Paulo chamado Júlio Prestes.

b) a um importante tenentista do período e membro da Coluna chamado Luís Carlos Prestes.

c) a uma cidade do interior de São Paulo onde os primeiros membros da Coluna reuniram-se.

d) a uma lei decretada em São Paulo por Francisco Prestes.

GABARITO: Letra B. Luís Carlos Prestes se tornou uma liderança nacionalmente conhecida e admirada logo após a Coluna que levava o seu nome ter percorrido milhares de quilômetros denunciando as arbitrariedades do governo Artur Bernardes e exigindo reformas sociais e políticas.

Questão 2

A Coluna Prestes atuou durante o período de 1925 a 1927 e tinha como objetivo principal o combate a um político brasileiro. Estamos falando de:

a) Venceslau Brás.

b) Artur Bernardes.

c) Washington Luís.

d) Campos Sales.

e) Hermes da Fonseca.

GABARITO: Letra B. Artur Bernardes foi o principal alvo das revoltas tenentistas. Desde a sua campanha eleitoral, em 1922, os militares demonstraram suas insatisfações. A Coluna Prestes, por onde passava, criticava o seu governo e um dos motivos do seu término foi o fim do governo Bernardes.

Créditos da imagem

[1] e [2] FGV CPDOC (reprodução)

Publicado por Carlos César Higa

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