
Fernando Henrique Cardoso, autor do Plano Real: estabilidade inflacionária e consumo.
Foi quando em fevereiro de 1994, ainda no governo de Itamar Franco, o então Ministro da Fazenda Fernando Henrique Cardoso anunciou as medidas do Plano Real. De acordo com seus principais pontos, o Plano Real defenderia a paridade monetária entre o real e dólar por meio de uma política de intervenção onde o governo manteria a economia estável mediante a venda de dólares e a elevação das taxas de juros.
As taxas de juros elevadas eram responsáveis pela atração do capital especulativo internacional. Mesmo sendo uma alternativa para que as reservas cambiais fossem fartas e as taxas inflacionárias caíssem com a estabilização do valor da moeda, a política de controle cambial também oferecia riscos. Caso o crescimento da economia não passasse a depender menos do capital especulativo, qualquer tipo de oscilação ou crise na economia nacional colocaria em risco o êxito do plano.
Para implementar uma estabilização econômica, o Plano Real também incentivou o processo de importação de produtos. A facilitação no repasse de tecnologias para a economia interna seria uma porta de entrada para o desenvolvimento industrial. Com a estabilização monetária e a baixa da inflação o poder de consumo da população de média e baixa renda atingiu índices positivos.
A euforia de consumo do Plano Real, além de surtir números positivos na economia também foi responsável por uma reviravolta na disputa presidencial de 1994. Apontado como condutor do Plano Real, Fernando Henrique Cardoso conseguiu conquistar a presidência em primeiro turno, com mais de 50 % dos votos válidos.
Por Rainer Sousa
Mestre em História