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Erico Verissimo

Erico Verissimo é um conhecido romancista gaúcho que faz parte da Geração de 30 do modernismo brasileiro. A trilogia O tempo e o vento é a obra mais famosa do autor.
Erico Verissimo, em 18 de novembro de 1971.
Erico Verissimo é um dos principais representantes da Geração de 30 do modernismo brasileiro. [1]

Erico Verissimo é um famoso escritor gaúcho. Ele nasceu em 17 de dezembro de 1905, na cidade de Cruz Alta. Mais tarde, em Porto Alegre, passou a comandar a Revista do Globo. O autor também foi professor de Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos.

O romancista, que faleceu em 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre, é um dos principais representantes da Geração de 30 do modernismo brasileiro. Suas obras são marcadas pelo caráter regionalista e pela crítica sociopolítica. A trilogia O tempo e o vento é sua obra mais famosa.

Leia também: Rachel de Queiroz — outro importante nome da segunda fase do modernismo brasileiro

Resumo sobre Erico Verissimo

  • O romancista gaúcho Erico Verissimo nasceu em 1905 e morreu em 1975.

  • Além de escritor, também trabalhou em um banco e dirigiu a Revista do Globo.

  • O autor pertence à Geração de 30 do modernismo brasileiro.

  • Sua obra apresenta três fases: ciclo de Porto Alegre, ciclo histórico e ciclo político.

  • O tempo e o vento, trilogia em sete volumes, é sua obra mais conhecida.

Biografia de Erico Verissimo

Erico Verissimo nasceu em Cruz Alta, no Rio Grande do Sul, em 17 de dezembro de 1905. Iniciou seus estudos, em 1912, no colégio Venâncio Aires. No ano de 1920, foi estudar em um colégio interno em Porto Alegre. Dois anos depois, os pais do escritor se separaram.

O autor então decidiu abandonar os estudos para trabalhar como atendente no armazém de seu tio, o comerciante Americano Lopes. Já em 1925, trabalhou no Banco do Comércio. No ano seguinte, se tornou sócio da Farmácia Central. Publicou suas primeiras narrativas em 1929, nos periódicos Cruz Alta em Revista, Revista do Globo e Correio do Povo.

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De volta a Porto Alegre, em 1930, Erico Verissimo assumiu o cargo de secretário de redação da Revista do Globo. No ano seguinte, em 1931, se casou com Mafalda Halfen Volpe (1913-2003). Em 1932, passou a dirigir a revista e, no ano seguinte, em 1933, publicou seu primeiro romance — Clarissa.

No ano de 1935, o romancista começou a presidir a Associação Rio-Grandense de Imprensa e recebeu o Prêmio Graça Aranha, pelo romance Caminhos cruzados. Em 1941, fez sua primeira viagem aos Estados Unidos. Dois anos depois, retornou ao Estados Unidos para dar aulas de Literatura Brasileira na Universidade da Califórnia.

No estado da Califórnia, em 1944, recebeu o título de doutor honoris causa do Mills College. E voltou a morar no Brasil em 1945. Já em 1953, se tornou diretor do Departamento de Assuntos Culturais da União Pan-Americana e ganhou o prêmio Machado de Assis, da Academia Brasileira de Letras.

Conheceu o México, em 1955, e Portugal, em 1959. Em 1961, sofreu um infarto, que não deixou sequelas. Em 1962, conheceu a Itália, a França e a Grécia. Em 1964, recebeu o título de Cidadão de Porto Alegre. No ano seguinte, em 1965, foi vencedor do Jabuti. Em 1966, conheceu Israel. E morreu em 28 de novembro de 1975, em Porto Alegre.

Estilo literário de Erico Verissimo

Erico Verissimo é um autor da Geração de 30 do modernismo brasileiro. Assim, seus romances possuem caráter regionalista e apresentam crítica social. Essa geração de escritores é conhecida por escrever narrativas dinâmicas, com linguagem simples e posicionamento político.

Fases da obra de Erico Verissimo

  • Primeira fase ou ciclo de Porto Alegre: romances de caráter urbano, publicados entre 1933 e 1943.

  • Segunda fase ou ciclo histórico: obras de cunho histórico, publicadas entre 1949 e 1962.

  • Terceira fase ou ciclo político: livros com teor político, publicados entre 1965 e 1971.

Obras de Erico Verissimo

  • Clarissa (1933)

  • Caminhos cruzados (1935)

  • A vida de Joana d’Arc (1935)

  • Música ao longe (1936)

  • Um lugar ao sol (1936)

  • As aventuras do avião vermelho (1936)

  • Olhai os lírios do campo (1938)

  • Saga (1940)

  • Gato preto em campo de neve (1941)

  • O resto é silêncio (1943)

  • A volta do gato preto (1946)

  • O tempo e o vento (1949-1962)

  • México (1957)

  • O senhor embaixador (1965)

  • O prisioneiro (1967)

  • Israel em abril (1969)

  • Incidente em Antares (1971)

  • Solo de clarineta (1973-1976)

Análise da trilogia O tempo e o vento, de Erico Verissimo

Capa do livro “O tempo e o vento”, de Erico Verissimo, publicado pelo Grupo Companhia das Letras.
Capa do livro O tempo e o vento, de Erico Verissimo, publicado pelo Grupo Companhia das Letras. [2]

A obra mais famosa de Erico Verissimo é O tempo e o vento. Essa trilogia foi publicada, em sete volumes, entre os anos de 1949 e 1962. De caráter histórico e regionalista, a narrativa tem início em 1745, finaliza em 1945 e se passa no Rio Grande do Sul. Em grande parte, na cidade fictícia de Santa Fé.

O continente” é o título da primeira parte. Em dois livros, o narrador conta como surgiu a família gaúcha Terra-Cambará. A história de amor entre Ana Terra e o indígena mestiço Pedro Missioneiro dá origem a Pedro Terra, fruto desse amor. Após o assassinato de Pedro, mãe e filho partem para a cidade de Santa Fé.

Bibiana é filha de Pedro Terra e se casa com o capitão Rodrigo Cambará, um gaúcho corajoso, que gosta dos prazeres da vida. Nesse ponto da obra, a família Amaral é apresentada como a grande inimiga dos Terra-Cambará. A rixa começa quando o capitão Rodrigo disputa o amor de Bibiana com o covarde Bento Amaral.

Bolívar é filho de Bibiana e Rodrigo, e pai de Licurgo Cambará. É Licurgo que, mais uma vez, enfrenta a família Amaral, quando o sobrado dos Terra-Cambará fica cercado pelos inimigos, na Revolução Federalista, que durou de 1893 a 1895. Desse modo, o narrador encerra “O continente”.

O retrato” é o título da segunda parte da trilogia. Nos dois volumes, Rodrigo Terra Cambará, filho de Licurgo, assume o protagonismo. As transformações do Rio Grande do Sul acabam se refletindo sobre o protagonista, um ser urbano e defensor da modernidade.

O arquipélago” é o título da terceira e última parte. Em três volumes, o narrador faz reflexões sobre as questões políticas da época, nas quais Rodrigo Cambará está envolvido. No final, Rodrigo e o filho Floriano Terra Cambará, um melancólico escritor, fazem seu ajuste de contas.

Veja também: Jorge Amado — outro importante nome da segunda fase do modernismo brasileiro

Frases de Erico Verissimo

A seguir, vamos ler algumas frases de Erico Verissimo, extraídas de entrevista publicada no jornal Opinião, em 5 de fevereiro de 1973:

  • “Um romancista é antes de mais nada um intuitivo.”

  • “Nossa América Latina é um território de prodígios, de maravilhas e misérias, de sustos e êxtases.”

  • “Ninguém é criminoso por ter ideias... a não ser que se trate de ideias que levem deliberadamente ao niilismo, ao crime, ao caos.”

  • “A pior censura é aquela que acaba infiltrando-se aos poucos nas nossas cabeças, como um cavalo, ou melhor, um burro de Troia.”

  • “A criação é um ato de amor e de liberdade.”

Adaptações da obra de Erico Verissimo

Longa-metragem

  • Mirad los lirios del campo (1947)

  • O sobrado (1956)

  • Ana Terra (1971)

  • O tempo e o vento (2013)

  • As aventuras do avião vermelho (2014)

Telenovela

  • O tempo e o vento (1967-1968)

  • Olhai os lírios do campo (1980)

Minissérie

  • O resto é silêncio (1981)

  • Música ao longe (1982)

  • O tempo e o vento (1985)

Curiosidades sobre Erico Verissimo

  • Devido a complicações no parto, Erico Verissimo foi retirado por fórceps. Daí a cicatriz ao lado de um dos olhos.

  • O escritor padecia de claustrofobia, ou seja, medo de lugares fechados.

  • Quando tinha quatro anos, o autor foi desenganado pelos médicos ao adquirir meningite e pneumonia.

  • Como tinha muita dificuldade com Matemática, Erico chegou a ser reprovado nessa disciplina.

  • Erico Verissimo não tomava bebida alcoólica, pois seu pai era alcoólatra, e o romancista tinha receio de acabar viciado.

Crédito de imagem

[1] Arquivo Nacional / Wikimedia Commons (reprodução)

[2] Grupo Companhia das Letras (reprodução)

Publicado por Warley Souza

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