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Dopamina

A dopamina é um neurotransmissor, formado com base na tirosina, que está relacionado com diversas funções do nosso organismo, incluindo a sensação de prazer e o humor.
Dopamina
A dopamina é um importante neurotransmissor.

 A dopamina é um mensageiro químico (neurotransmissor) que atua no sistema nervoso central dos mamíferos, incluindo os seres humanos. Esse neurotransmissor está relacionado com diferentes funções, nas quais consta a regulação de algumas emoções, e é capaz de aliviar a dor.

Características da dopamina

A dopamina é um neurotransmissor pertencente à família das catecolaminas. Assim como a dopamina, a noradrenalina e a adrenalina são catecolaminas, e essas três substâncias destacam-se por possuírem a mesma rota biossintética.

Molécula de dopamina.
A dopamina é uma catecolamina, ou seja, é formada por um catecol unido a uma amina por uma ponte etil.

A dopamina é produzida nos chamados neurônios dopaminérgicos. No citoplasma desses neurônios, a dopamina é sintetizada com base na tirosina, um aminoácido. A tirosina é obtida, em grande parte, por meio da dieta, entretanto, uma porção é produzida no fígado.

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Inicialmente, a tirosina é convertida em L-dopa (1-3,4-di-hidroxifenilalanina), sendo essa reação catalizada pela tirosina hidroxidade. A L-dopa é então convertida em dopamina por meio da ação do L-aminoácido aromático descarboxilase. Após a síntese de dopamina, esta é liberada para fora das células. Esse processo envolve a liberação da substância para o meio extracelular por meio de vesículas que se fundem com a membrana plasmática (excitose) e liberam a dopamina para o meio externo.

Após ser liberada na sinapse (região de proximidade entre a terminação de um neurônio e outro neurônio ou outra célula), a dopamina é rapidamente capturada por receptores localizados na membrana pós-sináptica. Além disso, ela pode ser captada novamente pelo neurônio pré-sináptico e reincorporada em vesículas. A dopamina pode ser também degradada.

Função da dopamina

A dopamina é liberada em várias partes do cérebro e atua em diferentes funções, estando relacionada com atividades neuronais e também fisiológicas. Entre os processos realizados pelo nosso corpo em que há a participação da dopamina, podemos citar: controle motor, compensação, prazer, humor, atenção, cognição e algumas funções endócrinas.

Além dessas funções mais conhecidas, esse neurotransmissor está relacionado ainda com outras atividades como a excreção renal do sódio, o retardamento do esvaziamento gástrico, a dilatação das artérias renais, o impedimento da liberação de aldosterona, entre outras.

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A dopamina apresenta também relação com a doença de Parkinson, sendo esta associada a uma baixa quantidade desse neurotransmissor no cérebro. Além da doença de Parkinson, a esquizofrenia parece apresentar relação com a dopamina. A hipótese da dopamina para o desenvolvimento desse transtorno indica que a esquizofrenia pode ser causada por níveis elevados ou desregulados de dopamina.

Dopamina
A dopamina é um neurotransmissor relacionado a alguns problemas de saúde, como a esquizofrenia.

Diferença entre dopamina e serotonina

A serotonina é, assim como a dopamina, um neurotransmissor que está relacionado com sono, atenção, emoções e aprendizado. A serotonina, no entanto, é formada com base no triptofano, enquanto a dopamina é sintetizada com base na tirosina.

Doença de Parkinson e a dopamina

A doença de Parkinson é um problema progressivo que causa tremores musculares, afeta o equilíbrio, limita a capacidade de modificar as expressões faciais e compromete a postura e o andar. Além disso, essa doença neurológica causa uma série de sintomas não motores, como distúrbios no solo, alterações de humor, ansiedade, depressão, problemas cognitivos e até mesmo demência.

A relação existente entre a dopamina e a doença de Parkinson está no fato de que, durante o desenvolvimento desse problema, ocorre a morte de neurônios dopaminérgicos — os neurônios responsáveis por liberarem a dopamina. Acredita-se que a perda desses neurônios comece cerca de 10 anos antes do surgimento dos sintomas.

A doença de Parkinson não possui cura, porém possui tratamento que pode aliviar os sintomas. Entre as formas de tratamento, está incluída a administração de L-dopa, que é convertida pelo próprio organismo em dopamina.

Idosa segurando as mãos em referência ao Parkinson, doença que utiliza a dopamina como tratamento.
Na grande maioria dos pacientes, a doença de Parkinson surge a partir dos 55, 60 anos, e sua prevalência aumenta a partir dos 70, 75 anos.

Esquizofrenia e a dopamina

A esquizofrenia é um transtorno que desencadeia no paciente ilusões, alucinações e outros sintomas importantes. Geralmente, esse transtorno afeta indivíduos no final da adolescência e no inicio da segunda década de vida e pode acometer pessoa de qualquer sexo. Estima-se que cerca de 1% da população do planeta sofre com esse transtorno.

A relação entre esquizofrenia e dopamina está no fato de que esse transtorno pode ser causado por níveis altos ou então desregulados de dopamina no cérebro. Essa hipótese foi sugerida após observar-se que alguns indivíduos, quando faziam uso de substâncias que aumentavam os níveis de dopamina ou então ativavam os receptores desse neurotransmissor, desenvolviam sintomas esquizofrênicos.

Sistema de recompensa e a dopamina

Possuímos em nosso cérebro um circuito neuronal conhecido como sistema de recompensa. É esse sistema que promove motivação para a realização das atividades do nosso dia a dia que garantem nossa sobrevivência e reprodução. É ele, por exemplo, que garante a sensação prazerosa quando bebemos água ao sentir sede.

A dopamina apresenta relação direta com esse sistema. Os neurônios encontrados na base do cérebro, em uma região chamada área tegmental ventral, recebem estímulos do sistema de recompensa e são ativados. Ao serem ativados, esses neurônios liberam dopamina, que atingirá determinadas áreas do cérebro, como o nucleus accumbens, importante estrutura relacionada com a percepção do prazer.

Uso de drogas e a dopamina

O uso de drogas está relacionado com alterações no sistema de recompensa. Cada droga terá sua forma de ação, porém, geralmente elas atuam nos neurônios dopaminérgicos, levando a um aumento rápido de dopamina e, consequentemente, a uma sensação de prazer. Na medida em que a dependência estabelece-se, mudanças acontecem no sistema de recompensa de longa duração. Isso faz com que o usuário sinta cada vez mais vontade de fazer uso de drogas.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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