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Icterícia do recém-nascido ou icterícia neonatal

A icterícia do recém-nascido, que acomete mais de 50% dos bebês, apresenta como principal sintoma o amarelamento da pele.
Observe a coloração amarelada da pele do bebê acima. Ele possui icterícia do recém-nascido
Observe a coloração amarelada da pele do bebê acima. Ele possui icterícia do recém-nascido

É muito comum que, após o nascimento do bebê, ele apresente uma coloração amarelada na pele. Essa condição é conhecida como icterícia do recém-nascido ou icterícia neonatal e atinge cerca de 50% de todos os recém-nascidos. A ocorrência é maior em prematuros, nos quais a condição atinge quase 90% dos bebês.

A icterícia pode ser definida como o amarelamento de pele e alguns outros órgãos. Esse amarelamento ocorre como consequência do acúmulo de bilirrubina no sangue (hiperbilirrubinemia).

A bilirrubina é um produto de coloração amarelada proveniente da degradação da hemoglobina. Quando degradada, a hemoglobina quebra-se em duas porções: heme e globina. A porção heme forma a bilirrubina não conjugada. No fígado, a bile é conjugada com ácido glicurônico, formando a bilirrubina conjugada. A bilirrubina conjugada é excretada na bile ou então é reduzida, no intestino, em urobilinogênio e estercobilina, que dá cor às fezes.

Tipos de icterícia

Podemos classificar a icterícia do recém-nascido em quatro tipos básicos:

→ Icterícia fisiológica

Esse tipo de icterícia surge cerca de 48 a 72 horas após o nascimento do bebê, dura, em média, sete dias e, de uma maneira geral, é benigna e reversível. Pode ser desencadeada por problemas na circulação hepática, deficiências na captação, excreção e conjugação da bilirrubina ou aumento da produção dessa substância.

→ Icterícia patológica

Esse tipo de icterícia, diferentemente da icterícia fisiológica, surge até 24 horas após o nascimento. É desencadeada em razão de anormalidades hepáticas, biliares ou metabólicas, infecções e incompatibilidade no sistema ABO e Fator Rh.

→ Icterícia do leite materno

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Acredita-se que a icterícia do leite materno ocorra em razão da presença elevada da enzima beta-glucuronidase no leite, que torna a bilirrubina reabsorvível. Vale destacar, no entanto, que as causas dessa icterícia ainda são bastante discutidas.

A icterícia do leite materno é confirmada quando a quantidade de bilirrubina no sangue do bebê diminui após 24 a 48 horas de interrupção da amamentação.

→ Icterícia associada à amamentação

Esse tipo de icterícia surge em consequência do aumento da reabsorção intestinal da bilirrubina e pode estar associada a um aleitamento insuficiente.

Complicações

O recém-nascido com níveis de bilirrubina não conjugados elevados pode desenvolver um problema denominado de encefalopatia bilirrubínica. Entre os principais sintomas, podemos citar a diminuição da força muscular, problemas de sucção, recusa para alimentar-se e convulsões.

A encefalopatia bilirrubínica pode ser revertida, desde que seja adotada uma terapia imediata e efetiva. Caso contrário, pode evoluir para uma forma crônica da doença denominada de kernicterus. A doença ocasiona problemas neurológicos graves, tais como paralisia cerebral e deficiência mental. Além disso, pode causar a morte.

Tratamento

O tratamento da icterícia é baseado normalmente na fototerapia, em que se expõe a pele do bebê à luz fluorescente. A luz permite uma maior excreção da bilirrubina, uma vez que transforma a substância em sua forma solúvel, que é denominada de lumirrubina.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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