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Ovulação

A ovulação é um dos eventos mais importante do ciclo reprodutivo feminino, sendo fundamental para a reprodução, uma vez que é responsável pela liberação do gameta feminino. Neste texto entenderemos o que é a ovulação, conheceremos um pouco mais do ciclo ovariano e do período fértil e entenderemos como os anticoncepcionais orais atuam nesse processo.

Leia também: Gravidez – período que dura, em média, 40 semanas e que resulta da fecundação

O que é a ovulação?

A ovulação é a liberação, pelo ovário, de um ovócito maduro, ou seja, de um ovócito que já pode ser fecundado. Os eventos cíclicos que ocorrem no ovário e que incluem o processo de ovulação fazem parte do chamado ciclo ovariano.

Esse ciclo apresenta relação direta com o ciclo uterino, sendo a ovulação observada em um momento em que o revestimento do útero (endométrio) está preparado para a implantação de um embrião caso ocorra uma gravidez. Percebemos então que o ciclo reprodutivo da mulher envolve dois ciclos, o uterino e o ovariano.

Observe no esquema algumas etapas do ciclo ovariano.
Observe no esquema algumas etapas do ciclo ovariano.
  • Ciclo ovariano

O ciclo ovariano é observado nos ovários e apresenta, como um de seus eventos marcantes, a liberação do ovócito, ou seja, a ovulação. A cada ciclo, alguns folículos (estrutura que contém o ovócito em desenvolvimento) começam a desenvolver-se, entretanto, geralmente, apenas deles um atinge a maturidade plena.

Esse ciclo tem início com a liberação do hormônio liberador de gonadotrofina (GnRH). Esse hormônio é responsável por estimular a liberação de FSH (hormônio folículo estimulante) e LH (hormônio luteinizante) pela adeno-hipófise. O FSH promove o crescimento do folículo, sendo este auxiliado pelo LH.

À medida que as células do folículo crescem, observa-se a produção de estradiol. O estradiol é liberado lentamente durante toda a fase folicular do ciclo ovariano. Essa fase caracteriza-se pelo crescimento do folículo e pelo amadurecimento do ovócito.

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Quando em baixas concentrações, o estradiol é responsável por inibir a ação dos hormônios hipofisários, sendo responsável, portanto, por manter os níveis de FSH e LH baixos. À medida que a secreção de estradiol aumenta, os níveis de FSH e LH aumentam rapidamente.

O folículo que está em fase de amadurecimento aumenta-se, formando uma protuberância na superfície do ovário. Nessa fase o folículo apresenta uma cavidade cheia de líquido. Em decorrência da ação do FSH e do pico de LH, ele e a parede do ovário rompem-se, levando à liberação do ovócito secundário. Essa liberação é a ovulação e ocorre por volta da metade do ciclo menstrual.

Após a ovulação, inicia-se a chamada fase lútea do ciclo ovariano. Nela o hormônio LH age estimulando o tecido folicular do folículo que se rompeu a formar o corpo lúteo. O corpo lúteo é uma estrutura glandular que, sob o estímulo de LH, é responsável por secretar progesterona e estradiol. Esses dois hormônios atuam reduzindo a secreção de LH e FSH, ação que evita a liberação de outro ovócito.

Caso a mulher não fique grávida, no final da fase lútea, o corpo lúteo desintegra-se, formando uma massa de tecido cicatricial chamada de corpo albicans. Com isso, ocorre uma redução do estradiol e da progesterona. A redução desses dois hormônios faz com que a hipófise comece a liberar FSH para que um novo ciclo ovariano inicie-se.

Saiba mais: Ovogênese – processo em que são formados os gametas masculino e feminino

A ovulação e o período fértil

O período fértil é o período próximo ao evento da ovulação.
O período fértil é o período próximo ao evento da ovulação.

A ovulação é o momento em que o ovócito maduro é liberado. Como esse ovócito está apto para a fecundação, o período próximo que antecede esse evento e o período que o sucede são chamados de período fértil.

Geralmente se considera o período fértil como os cinco dias que antecedem a ovulação e os dois dias que o sucedem. Esse período que antecede a ovulação é importante, pois, embora o ovócito sobreviva por cerca de 24 horas, o espermatozoide pode permanecer ativo por cerca de cinco dias.

  • Determinação do período fértil

Para realizar o cálculo do período fértil, é fundamental que a mulher anote, por, pelo menos, seis meses, o padrão do seu ciclo menstrual. Para isso é necessário anotar, todos os meses, a data em que se iniciou cada menstruação. Feito isso, a mulher deve observar o número de dias de cada ciclo. Essa contagem inicia-se com o primeiro dia da menstruação e finaliza-se no dia que antecede a menstruação seguinte.

Após anotar a duração dos ciclos, a mulher deve calcular a diferença entre o seu ciclo mais longo e o mais curto. Imaginemos, por exemplo, que uma mulher possua seu ciclo mais longo de 32 dias e o mais curto de 26. Subtraindo esses dois valores, temos que a diferença entre eles é de seis dias. Caso a diferença seja maior que 10, a mulher não poderá utilizar essa técnica para determinar o dia fértil.

Caso a mulher apresente a diferença entre os ciclos menor que 10, ela deverá seguir estes passos:

  • Subtrair 18 do ciclo mais curto.

  • Subtrair 11 do ciclo mais longo.

Ao subtrair 18 do ciclo mais curto, ela terá o início do seu período fértil. Ao subtrair 11 do ciclo mais longo, ela terá o fim do seu período fértil.

Seguindo o exemplo anterior, temos:

  • Início do período fértil: 26 - 18 = 8

  • Fim do período fértil: 32 - 11 = 21

Com isso o período fértil dessa mulher compreende do 8º até o 21º dia do seu ciclo menstrual.

Acesse também: O que é um coletor menstrual?

Sintomas da ovulação

É comum que, durante a ovulação, a mulher sinta uma dor leve na parte inferior do abdômen. Além disso, a temperatura basal aumenta, sendo essa característica utilizada para determinar a ovulação e, consequentemente, a fertilidade. Pode-se notar ainda uma mudança na textura do muco, a qual muda na medida em que o folículo ovariano desenvolve-se.

A mudança no muco não indica o dia exato da ovulação, mas sim um período que se estende de, aproximadamente, um dia antes até um dia depois da ovulação. O muco, nesse momento, apresenta, como uma de suas principais características, a consistência mais fluída e a cor clara. É quando a mulher tem uma sensação maior de lubrificação.

Anticoncepcionais orais e ovulação

Os anticoncepcionais orais combinados atuam, principalmente, na ovulação.
Os anticoncepcionais orais combinados atuam, principalmente, na ovulação.

Os anticoncepcionais orais são fármacos compostos por hormônios femininos sintéticos. Algumas pílulas anticoncepcionais são compostas apenas de progesterona sintética e outras por uma combinação de estrogênio e progesterona, sendo este último tipo mais comum. Essas últimas pílulas, chamadas de combinadas, atuam principalmente mantendo os níveis de progesterona e estrogênio elevados, impedindo o aumento da secreção de LH e FSH e, desse modo, impedindo a ovulação.

Leia também: Riscos dos contraceptivos orais

No caso das pílulas que apresentam apenas a progesterona sintética, o mecanismo de ação é um pouco diferente. Essas pílulas, conhecidas como minipílulas, agem, principalmente, impedindo a entrada do espermatozoide devido ao espessamento do muco cervical. Diferentemente das pílulas combinadas, as pílulas de progesterona nem sempre impedem a maturação do ovócito. Entretanto, algumas marcas possuem doses de progesterona suficientes para impedir essa maturação.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos

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