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Teníase

Teníase, popularmente conhecida como “solitária”, é uma verminose causada pelos platelmintos das espécies Taenia solium e Taenia saginata. A doença é contraída por meio da ingestão de carne malcozida ou crua de suínos ou bovinos contaminados. A prevenção pode ser conseguida, portanto, por meio do consumo de carne sempre bem cozida ou bem assada.

Após a contaminação, o verme adulto passa a se desenvolver no intestino delgado, provocando sintomas como dor abdominal, alterações no apetite e perda de peso. O homem é o único hospedeiro definitivo das duas espécies de tênia. O tratamento é feito por meio da administração de medicamentos específicos, conhecidos popularmente como vermífugos.

Leia também: Tênia do peixe — a verminose causada pelo consumo de peixe cru

Agente causador da teníase

Os agentes causadores da teníase são as chamadas tênias, animais platelmintos pertencentes à classe Cestoda, ordem Cyclophyllidea, família Taeniidae e gênero Taenia.  As espécies responsáveis por causar a teníase são a Taenia solium e a Taenia saginata.

A T. solium é também chamada de tênia do porco, uma vez que esse mamífero é o hospedeiro intermediário dessa espécie de tênia. Ela apresenta cabeça ou escólex com ventosas e rostro com dupla coroa de ganchos, estruturas importantes para a fixação da tênia na mucosa intestinal. Logo após a cabeça, é possível perceber uma região denominada de colo ou pescoço, a qual apresenta intensa atividade multiplicadora e garante o alongamento do corpo da tênia.

Após o colo, há o corpo ou estróbilo da tênia, que lembra uma grande fita. O corpo é formado por uma cadeia de unidades denominadas proglotes, os quais são dotados de órgãos sexuais femininos e masculinos com capacidade de autofecundação.

As proglotes podem ser divididas em jovens, maduras e grávidas. As jovens apresentam os órgãos genitais em desenvolvimento. As maduras, por sua vez, possuem órgãos reprodutores aptos para a fecundação. Por fim, temos as proglotes maduras, as quais apresentam ovos e estão localizadas mais distantes do escólex. A T. solium pode atingir, quando adulta, de 3 a 5 metros de comprimento.

Observe as principais partes do corpo de uma tênia.
Observe as principais partes do corpo de uma tênia.

A T. saginata apresenta como hospedeiro intermediário os bovinos. A divisão em escólex, colo e corpo é também verificada nessa espécie, porém, diferentemente da tênia do porco, a T. saginata  não possui ganchos no rostro. Essa espécie pode atingir cerca de 6 a 7 metros de comprimento.

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Ciclo da teníase

A teníase é uma verminose contraída por meio da ingestão de carne suína ou bovina contaminada. Bois e porcos são infectados quando ingerem ovos ou proglotes liberados no ambiente por seres humanos contaminados. Após serem ingeridos, os ovos se transformam em oncosferas, que seguem pelo sangue e se alojam na musculatura, desenvolvendo uma forma larval denominada cisticerco.

Os seres humanos adquirem a doença ao ingerirem os cisticercos. Estes seguem pelo sistema digestório e sofrem a ação dos sucos digestivos. A tênia é liberada e, por meio do escólex, fixa-se na mucosa intestinal. Nesse local, ela se desenvolve e absorve os nutrientes necessários para sua sobrevivência por meio da sua superfície corporal, uma vez que não apresenta sistema digestório.

A tênia se fixa na mucosa intestinal por meio do escólex.
A tênia se fixa na mucosa intestinal por meio do escólex.

Após cerca de três meses da contaminação, o homem começa a eliminar proglotes grávidas nas fezes, as quais podem contaminar o ambiente, caso sejam eliminadas em locais inadequados ou que não apresentam saneamento básico eficiente. Se cair no ambiente, os ovos podem permanecer viáveis por vários meses e ser ingeridos pelos hospedeiros intermediários, dando origem a um novo ciclo.

Leia também: Ancilostomíase — a verminose também conhecida como amarelão

Sintomas da teníase

A teníase é uma verminose que provoca sintomas como:

  • dores abdominais;
  • flatulência;
  • diarreia ou constipação;
  • náuseas;
  • perda de peso.

Essa verminose pode provocar complicações quando o parasita penetra em estruturas como o apêndice e o ducto pancreático. Ela também pode se apresentar de maneira assintomática.

Diagnóstico da teníase

O diagnóstico da teníase pode ser feito por meio do exame de proglotes e pesquisa de ovos nas fezes, ou ainda pela técnica da fita gomada na região perianal. Após a confirmação da presença de ovos, deve-se iniciar o tratamento com medicamentos específicos.

Tratamento da teníase

O tratamento da teníase é feito utilizando-se medicamentos conhecidos popularmente como vermífugos. Dentre os medicamentos mais utilizados, destacam-se o mebendazol e albendazol.

Controle de teníase

Como visto, a teníase é uma doença bastante relacionada com as condições de criação dos animais e o saneamento básico de uma região. Portanto, são considerados medidas que podem controlar a teníase:

  • construção de sistemas de esgoto;
  • melhoria nas condições de criação de animais;
  • promoção de uma inspeção rígida em locais de abate e comércio de carnes;
  • investimento em campanhas de conscientização da população a respeito de hábitos de higiene e das formas como essa verminose é transmitida.

Leia também: Oxiurose — verminose causada pelo nematódeo Enterobius vermicularis

Teníase e cisticercose

A teníase e a cisticercose são duas verminoses transmitidas pela Taenia solium e Taenia saginata, entretanto, em cada doença, o parasita está em uma diferente fase do seu ciclo de vida. Enquanto na teníase há a presença do verme adulto no organismo; na cisticercose, a doença é provocada pela forma larval do parasita nos tecidos.

A cisticercose ocorre quando ingerimos ovos do parasita, o qual pode se desenvolver na forma larval e se fixar em tecidos. A doença é potencialmente grave, uma vez que o cisticerco pode se desenvolver no sistema nervoso, uma situação conhecida como neurocisticercose. Vale destacar que alguns autores admitem que a cisticercose por T. saginata não ocorre ou é extremamente rara.

Publicado por Vanessa Sardinha dos Santos
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