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Domínio Morfoclimático da Amazônia

O Domínio Morfoclimático da Amazônia é caracterizado pelo relevo baixo, abundância hídrica, chuvas constantes e grande necessidade de preservação.
O Domínio Morfoclimático da Amazônia possui grande diversidade e é o maior do Brasil
O Domínio Morfoclimático da Amazônia possui grande diversidade e é o maior do Brasil

O domínio morfoclimático da Amazônia, segundo a classificação dos domínios brasileiros elaborada por Aziz Ab'Saber, abrange o conjunto de características topográficas, pedológicas, climáticas, florestais e hidrológicas da área ocupada pelo bioma amazônico. É reconhecido como o maior dos domínios morfoclimáticos do Brasil, com cerca de cinco milhões de km², e recebe a nomenclatura de terras baixas florestadas equatoriais.

Relevo

O domínio amazônico apresenta formas de relevo predominantemente marcadas por depressões, todas elas relativas, ou seja, consideradas não em relação ao nível do mar, mas em comparação com o relevo circundante, havendo baixos planaltos e planícies fluviais da Bacia Amazônica. Nas áreas mais ao sul de sua área e também mais ao norte são encontrados dois conjuntos de planaltos, o das Guianas e o Central, respectivamente.

O termo “terras baixas” para designar esse domínio morfoclimático faz referência justamente às baixas altitudes e à predominância das depressões, onde a deposição de sedimentos supera o desgaste de suas formas. Nas áreas planálticas, predomina a estrutura geológica dos escudos cristalinos, que apresentam uma elevada riqueza mineral, com exceção dos baixos planaltos, que se formam a partir de bacias sedimentares.

Clima

O clima do domínio amazônico é do tipo equatorial e apresenta médias térmicas anuais que variam de 24ºC a 27ºC. Trata-se de uma composição climática quente e úmida que possui um regime regular e intenso de chuvas o ano todo. Os principais fatores responsáveis por essa configuração são as baixas latitudes, a atuação de algumas massas de ar e a presença de vegetação, responsável pela geração de umidade.

Por causa do ambiente mais úmido produzido pela evapotranspiração da floresta, a amplitude térmica (variação entre a maior e a menor temperatura) é muito reduzida. Por outro lado, o regime de chuvas chega a uma média anual que vai de 1500mm até os 2500mm, havendo alguns pouquíssimos períodos de estiagem. As chuvas predominantes são as de convecção, em virtude da umidade gerada que ascende à atmosfera com o ar quente, onde ocorrem a condensação e a precipitação.

Solos

Os solos da Amazônia são considerados de baixa fertilidade, de forma que a floresta mantém-se em razão do clímax do ecossistema. Existe certo mito de que esse domínio é predominantemente formado por solos arenosos, mas eles compõem apenas 7% do total de sua área. A maior parte dos solos da Amazônia é composta por latossolos e argissolos.

Apesar da baixa produtividade, existem algumas áreas com terrenos muito férteis, como os solos de várzea, que são eventualmente inundados pelos rios, e um solo orgânico bastante produtivo chamado de terra preta.

Hidrografia

Uma das principais riquezas da região amazônica é a sua hidrografia, marcada pelo grande volume de água, que se distribui pelos rios e também pelo aquífero Alter do Chão, situado em áreas de três estados da região Norte e, segundo pesquisas recentes, contando com um volume de água surpreendentemente maior do que o do aquífero Guarani.

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O principal rio da Bacia Amazônica é o Rio Amazonas, que recebe um grande volume de água não só da área terrena da bacia em questão, mas também de uma grande quantidade de afluentes. Entre esses rios, destacam-se o rio Negro, o Trombetas, o Japurá, o Madeira, o Xingu e outros.

A Bacia Amazônica, em conjunto com a Bacia do Tocantins-Araguaia, forma o mais complexo sistema de água doce do mundo, com uma acentuada riqueza hídrica que abrange dois grandes biomas. Os rios dessa região são de excelente navegabilidade e abrigam também usinas hidroelétricas, com destaque para a de Tucuruí, no rio Tocantins, a de Belo Monte (em construção), no rio Xingu, e a de Santo Antônio e Jirau, no rio Madeira.

Vegetação

A floresta amazônica é cientificamente chamada de floresta latifoliada equatorial por se encontrar em uma área de baixas latitudes (equatorial) e por apresentar grupos vegetais com folhas largas e grandes (latifoliada). Ela é composta por uma vegetação heterogênea – com grande diversidade –, densa e perene, ou seja, que não perde suas folhas ao longo do ano em nenhuma estação. Além disso, a vegetação da amazônia é do tipo hidrófila, ou seja, adaptada à abundante presença de água.

As fitofisionomias da floresta amazônica apresentam, ainda, variações que podem ser agrupadas conforme os níveis de proximidade em relação aos cursos d'água. Existem, assim, três tipos principais: as matas de igapó, as matas de várzea e as matas de terra firme.

a) matas de igapó: encontram-se em regiões de rios de planície e em áreas inundadas de forma permanente, com solos alagados. Os principais tipos são a vitória-régia, o açaí, o cururu e outros.

b) matas de várzea: são as que se localizam nas proximidades de rios e ocupam áreas que são eventualmente alagadas. Os exemplos principais são o cacaueiro, a copaíba e a seringueira.

c) matas de terra firme: como o nome sugere, são as árvores que ocupam áreas onde não há inundações fluviais, apresentando um tamanho maior do que as demais e uma maior variabilidade. Destaque para o guaraná, a castanheira e o mogno.

A grande questão atual da floresta amazônica – e, por extensão, do domínio morfoclimático da Amazônia – faz-se com relação à ocupação humana em suas áreas. Atividades agropecuárias extensivas e a mineração ameaçam boa parte de sua formação, colocando em risco a existência da própria floresta, que hoje conta com 83% de sua área original.

Publicado por Rodolfo F. Alves Pena

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