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A gente, agente ou há gente?

O uso dos termos a gente, agente e há gente costuma gerar dúvidas na linguagem escrita. Para saná-las, algumas definições sobre significados e usos.
O uso dos termos a gente, agente e há gente costuma gerar dúvidas na linguagem escrita
O uso dos termos a gente, agente e há gente costuma gerar dúvidas na linguagem escrita

A gente, agente ou há gente?

O uso desses termos, para muitas pessoas, provoca dúvidas. Para saná-las, bastaria uma simples passadinha por um dicionário, mas na pressa do dia a dia acabamos por nos confundir e fazer uma verdadeira bagunça na escrita. Eles podem até ser bem parecidos, mas seus significados, não.

Então, para enfim colocar ordem nessa bagunça, veja algumas definições sobre quando e como usar cada um dos elementos alvos de nossa atenção. Tome nota!

A gente: A gente é uma locução muito empregada na linguagem oral em substituição ao pronome nós. Na modalidade escrita, devemos sempre dar preferência à norma culta padrão, evitando assim as marcas de oralidade. Percebemos muito o uso da locução na linguagem literária, mas, nesse caso, devemos considerar o que chamamos de “licença poética”. O poeta pode experimentar e brincar com a língua, por isso, esses casos não se aplicam à regra.

Observe o trecho da letra da música “Comida”, dos Titãs:

“(...) A gente não quer só comida
A gente quer bebida
Diversão, balé
A gente não quer só comida
A gente quer a vida
Como a vida quer (...)”

Na composição de Arnaldo Antunes, Marcelo Fromer e Sérgio Britto, percebemos o traço de coloquialidade quando os autores fazem uso da locução a gente. Contudo, por se tratar de uma letra de música, investe-se das regalias concedidas às obras poéticas.

Na linguagem coloquial, o uso da locução a gente está bastante cristalizado. Observe na tirinha Mafalda, de Quino.

Legenda: Na linguagem coloquial, o termo “a gente” é aceito pelos falantes, transformando-se em erro apenas na linguagem culta. Tirinha Mafalda, de Quino
Na linguagem coloquial, o termo “a gente” é aceito pelos falantes, transformando-se em erro apenas na linguagem culta. Tirinha Mafalda, de Quino

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Agente: Conforme definição do dicionário Michaelis, agente é aquele “Que age, que exerce alguma ação; que produz algum efeito. O que agencia ou trata de negócios alheios. 2 Pessoa encarregada da direção duma agência.” Portanto, a palavra agente pode ser empregada apenas como substantivo e não deve ser confundida com a locução a gente, certo?

Legenda: Agente é aquele que age, que produz alguma ação ou efeito. A palavra agente deve ser empregada como um substantivo, nunca como uma locução
Agente é aquele que age, que produz alguma ação ou efeito. A palavra agente deve ser empregada como um substantivo, nunca como uma locução

“Sou um agente secreto
tão secreto que não sei quem sou
a minha agência é tão secreta
que não sei qual ela é (...)”.

(Trecho da letra da música “Agente secreto”, da banda Garotos Podres)

Há gente: A expressão deve ser empregada conferindo o sentido de que existem pessoas, portanto, possui significação bem diferente, não justificando assim tamanha confusão. Observe o exemplo:

Há gente que, em vez de destruir, constrói; em lugar de invejar, presenteia; em vez de envenenar, embeleza; em lugar de dilacerar, reúne e agrega.

Lya Luft

Sintetizando:

A gente: locução empregada coloquialmente em substituição ao pronome nós.

Agente: Substantivo que nomeia aquele que age ou exerce alguma ação.

Há gente: Substituição à expressão existem pessoas.

Espero que de agora em diante esses termos fiquem bem esclarecidos e que a gente não mais os confunda.

Publicado por Luana Castro Alves Perez
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Texto"Matemática do Zero | Teorema de Tales" em fundo azul.
Matemática do Zero
Matemática do Zero | Teorema de Tales
Nessa aula veremos o que é o Teorema de Tales e como resolver exercícios que envolvam esse teorema.