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Martin Luther King Jr.

Martin Luther King Jr. foi um dos principais líderes negros dos Estados Unidos contra a segregação racial e pela igualdade social. Entre as décadas de 1950 e 1960, Luther King teve atuação de destaque ao se posicionar de forma pacífica contra a segregação racial, que em muitos estados era lei.

Pastor protestante e dono de uma oratória ímpar, ele conseguiu agregar multidões em torno da luta pela igualdade racial e pelos direitos civis para os negros. Sua morte em 1968 foi lamentada pelo mundo todo e, apesar das várias conquistas, como a aprovação dos direitos civis para negro, havia muito a ser feito para acabar com o racismo nos Estados Unidos. O dia do seu nascimento, 15 de janeiro, transformou-se em feriado nacional, uma forma de homenageá-lo e recordar sua luta pelo fim da desigualdade.

Leia também: Democracia racial – conceito utópico que diz respeito a uma suposta igualdade entre as raças

Biografia de Martin Luther King

Martin Luther King foi um líder negro que teve atuação decisiva na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos.
Martin Luther King foi um líder negro que teve atuação decisiva na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos.

Martin Luther King Jr. nasceu em Atlanta (EUA), no dia 15 de janeiro de 1929. Seus pais eram cristãos e participavam da Igreja Batista. Isso influenciou a formação de King, que concluiu sua graduação no Seminário Teológico Crozer, no estado da Pensilvânia. Em 1954, mudou-se para Montgomery, no estado do Alabama, onde a segregação racial era intensa.

Naquela época, havia leis em estados norte-americanos que separavam negros e brancos. As pessoas eram julgadas de acordo com a cor da pele, e não pelas ações praticadas. Essa segregação, muitas vezes vivida pelo próprio King e sua família, não somente marcou sua vida, como também o animou para organizar manifestações contra o segregacionismo e exigir direitos civis para os negros.

A luta liderada por Martin Luther King não se baseava em atos violentos, mas sim no pacifismo. Suas manifestações eram ordeiras, como passeatas e discursos, com o objetivo de se alcançar a igualdade racial nos Estados Unidos por meio do diálogo e do entendimento. A sua formação religiosa e sua atuação como pastor fizeram de Luther King um exímio orador, que chamava a atenção do seu público tanto pelos argumentos utilizados para defender suas ideias quanto pela ênfase dada aos seus discursos.

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Apesar do pacifismo, essas manifestações foram alvos de agressões de grupos radicais, como a Ku Klux Klan, que desde o século XIX era favorável à segregação racial e usava a violência para intimidar aqueles que se manifestavam pela igualdade entre os norte-americanos. Apesar dessas perseguições e das prisões, Martin Luther King não abriu mão das manifestações pacíficas.

Em 28 de agosto de 1963, ele participou, em Washington, de uma grande manifestação em defesa dos direitos civis dos negros. Naquela época, o Congresso norte-americano estava votando esses direitos e a manifestação foi organizada para defender a pauta e sua aprovação.

Havia um temor de que a grande quantidade de pessoas na frente do Memorial Lincoln pudesse gerar algum tipo de violência, o que poderia prejudicar a votação no Congresso. Porém, tudo aconteceu em paz e os presentes puderam ver e ouvir um dos discursos mais marcantes de todos os tempos. Martin Luther King já era conhecido pela sua oratória e sua liderança nas manifestações antirracistas e isso o fez ser a grande atração.

O discurso foi intitulado “Eu tenho um sonho” e nele Luther King expressou o seu anseio: o desejo de que todos os americanos fossem julgados não pela cor da pele, mas pelas suas ações, pelo seu caráter. Pouco tempo depois dessa manifestação e desse discurso, o Congresso aprovou os direitos civis para os negros. A segregação racial começava a enfraquecer-se e foi feita grande pressão sobre os estados resistentes em abolir as leis que separavam negros e brancos.

Por causa da sua luta pela igualdade racial e sua liderança não violenta, Martin Luther King recebeu o Prêmio Nobel da Paz de 1964, sendo o mais novo a ser agraciado com a honraria. Sua luta já ultrapassava os limites dos Estados Unidos e influenciava as lutas com as mesmas pautas em outras partes do mundo. No Brasil, o cantor Wilson Simonal expressou sua admiração por King ao cantar a música “Tributo a Martin Luther King”.

Veja também: Direitos Humanos – conjunto de direitos básicos válidos para todos os seres humanos

Morte de Martin Luther King

Apesar do êxito nas pautas reivindicadas e da admiração de muitos, Martin Luther King ainda era alvo de protestos de extremistas que não queriam o fim da segregação racial. Em 4 de abril de 1968, ele estava em Memphis, Tennesse, para participar de eventos em defesa da igualdade racial. Enquanto estava na sacada do Hotel Lorraine, Martin Luther King Jr. foi baleado por James Earl Ray. Poucas horas depois, foi declarada a sua morte.

O assassinato de Luther King comoveu o mundo todo e mostrou que ainda havia muito a se fazer nos Estados Unidos para acabar com o racismo e a segregação racial. Seu velório e enterro contaram com a participação de milhares de pessoas, desde admiradores anônimos a políticos conhecidos, como o senador Robert Kennedy, que seria também assassinado semanas depois. O dia 15 de janeiro, data de nascimento de Martin Luther King, é feriado nacional, para que a luta por ele empreendida seja para sempre lembrada.

Ativismo de Martin Luther King

Nas décadas de 1950 e 1960, a luta pelos direitos civis para negros e pelo fim da segregação racial ganhou força por conta de gestos de resistência de alguns negros que não admitiam ser obrigados a ceder espaço em escolas, restaurantes e ônibus para que um branco pudesse ocupar. Esses pequenos gestos motivaram manifestações em favor de mudanças nas leis para que negros e brancos fossem vistos e julgados de forma igualitária.

Martin Luther King foi um desses que se comoveram com atitudes até então consideradas pequenas, mas que provocavam consequências enormes na luta contra o racismo. King, que era pastor protestante, acreditava no pacifismo, ou seja, na luta em defesa da igualdade racial por meio de manifestações, discursos e passeatas que pudessem convencer o maior número de pessoas a se interessarem pela causa.

Outros líderes negros, como Malcolm X, buscavam a radicalização e acreditavam que o fim do racismo só aconteceria com a transformação total do sistema. Ambos conseguiram arrebatar grande número de pessoas para suas manifestações e apoiadores de suas causas. Ambos também foram assassinados pelo que defendiam.

Martin Luther King participando de manifestações pacíficas contra o racismo. [1]
Martin Luther King participando de manifestações pacíficas contra o racismo. [1]

Boicote ao ônibus de Montgomery

A primeira vez que Martin Luther King participou de uma manifestação contra o racismo foi em 1955, na cidade de Montgomery, estado do Alabama. Naquele ano, Rosa Parks, mulher negra,  recusou-se a sair da poltrona do ônibus que estava para dar lugar a uma pessoa branca. Parks foi presa por isso e sua prisão provocou reações contra a arbitrariedade sofrida por ela e desencadeou manifestações contrárias ao segregacionismo. Luther King engajou-se em defesa de Rosa Parks e na luta contra a segregação racial nos Estados Unidos.

A prisão de Rosa Parks foi o principal motivador para o início da luta de Martin Luther King (ao fundo) contra a segregação racial nos Estados Unidos.
A prisão de Rosa Parks foi o principal motivador para o início da luta de Martin Luther King (ao fundo) contra a segregação racial nos Estados Unidos.

Discursos de Martin Luther King

Em 28 de agosto de 1963, em frente ao Monumento de Abraham Lincoln, em Washington, Martin Luther King fez um discurso que entrou para a história. Abaixo segue alguns trechos:

“Eu tenho um sonho de que um dia, esta nação se erguerá e viverá o verdadeiro significado de seus princípios: "Achamos que estas verdades são evidentes por elas mesmas, que todos os homens são criados iguais". Eu tenho um sonho de que, um dia, nas rubras colinas da Geórgia, os filhos de antigos escravos e os filhos de antigos senhores de escravos poderão sentar-se juntos à mesa da fraternidade.”

O último discurso foi proferido em Memphis, Tennesse, no dia 4 de abril de 1968, poucas horas antes de Martin Luther King ser assassinado. Provavelmente por conta da sua morte, que aconteceu logo em seguida, o discurso ganhou ainda mais força:

“Bem, eu não sei o que vai acontecer agora. Nós temos alguns dias difíceis pela frente. Mas isso realmente não importa para mim agora, porque eu já estive no topo da montanha. E eu não me importo. Como qualquer um, gostaria de viver uma vida longa. [...] Eu só quero fazer a vontade de Deus. E ele me permitiu subir a montanha. E eu olhei. E eu vi a Terra Prometida. Eu não posso chegar lá com vocês. Mas quero que vocês saibam hoje à noite que nós, como povo, chegaremos à Terra Prometida! E estou feliz esta noite. Eu não estou preocupado com nada. Eu não estou com medo de homem algum. Meus olhos viram a glória da vinda do Senhor.”

Acesse também: Racismo no Brasil – mazela social ainda muito presente em nossa sociedade

Frases de Martin Luther King

  • “A injustiça em qualquer lugar é uma ameaça à justiça em todo lugar.”
  • “Aqui em Montgomery, quando os livros de história forem escritos no futuro, alguém terá de dizer: ‘lá viveu uma raça, um povo negro, de cachos macios e tez preta, um povo que teve a coragem moral de lutar pelos seus direitos. E assim eles injetaram nas veias da história e da civilização um novo significado’.”

Resumo sobre Martin Luther King

  • Martin Luther King Jr. foi um dos principais líderes do movimento negro entre as décadas de 1950 e 1960, nos Estados Unidos.
  • Suas manifestações eram caracterizadas por uma oratória comovente e a defesa de seus ideais de forma pacífica.
  • Ele foi a pessoa mais nova a ganhar o Prêmio Nobel da Paz, em 1964.
  • Foi assassinado em 4 de abril de 1968.
  • O dia 15 de janeiro, data do seu nascimento, é feriado nacional nos Estados Unidos.

Exercícios resolvidos

Questão 1 - Martin Luther King foi um líder negro que lutou ativamente pelo fim da segregação racial nos Estados Unidos. Assinale a alternativa que corretamente mostra o evento que motivou a participação de Luther King na defesa dos direitos civis para os negros.

A) O assassinato de John Kennedy, pois interrompeu a aprovação dos direitos civis para negros.

B) A prisão de Rosa Parks, mulher negra que não deu seu lugar em um ônibus para um branco, na cidade de Montgomery, no estado do Alabama.

C) A luta de Malcolm X contra o sistema opressor norte-americano, que não abria espaço para a participação dos negros na sociedade.

D) A rebelião dos escravos que ainda existiam nos Estados Unidos, em 1954.

Resolução

Alternativa B. A prisão de Rosa Parks provocou reações contrárias à segregação racial e isso motivou Martin Luther King a participar e, logo em seguida, liderar as manifestações em defesa da igualdade entre negros e brancos nos Estados Unidos.

Questão 2 – Qual foi a principal influência tanto na formação como na atuação como ativista do movimento negro de Martin Luther King?

A) O movimento em defesa da liberdade sexual.

B) Sua formação religiosa.

C) Fim da cobrança de impostos para brancos.

D) Revoluções sociais do século XIX.

Resolução

Alternativa B. A formação religiosa foi primordial na atuação de Martin Luther King no combate à segregação racial. A luta de forma pacífica e sua oratória são exemplos dessa formação em seu ativismo.

Crédito da imagem

[1] Hans Bosshard / Commons

Publicado por Carlos César Higa
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